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19.12.10

Igor Pantuzza Wildmann: J’ACUSE !!!

Recebí de uma amiga este belo, comovente e dramático desagravo/tributo escrito por um ex-professor do Instituto Metodista Izabela Hendrix, para o qual o autor solicita divulgação livre e sem moderação. Faço-o com intenso prazer, caro professor. Esta é a  minha modesta forma de contribuir com o seu tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes.
Divulguem!, Amplifiquem!, Espalhem!

J’ACUSE !!!

(Eu acuso !)

(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)

“Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.”

(Émile Zola)

“Meu dever é falar, não quero ser cúmplice.”

(Émile Zola)

Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e  imperativo de convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...  

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal a o autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam  analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito;  

EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;  

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição. 

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;  

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.  

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.  

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”  

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Igor Pantuzza Wildmann

Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.

40 comentários:

  1. Glaucia Melo12/20/2010

    Um dos melhores textos que li. Expressa a infeliz realidade atual. Fui criada em uma época diferente, mas não tão distante. Uma época em que os boletins eram fiscalizados pelos pais. Época em que tomávamos boas sovas quando desobedecíamos a uma ordem dada. Época em que apenas um olhar dos nossos pais já nos colocava na posição de obediência. Época em que obedecíamos aos professores, do contrário, iríamos ter com o temido diretor. Todos sobrevivemos, crescemos seres humanos coscientes; não manchamos o nome da escola em que estudamos, fomos leais colegas, alunos, filhos... Crescemos como pessoas honradas.
    Bons tempos aqueles...
    Nota: O autor desse texto fabuloso, dr. Igor Pantuzza Wildmann foi meu colega de faculdade. Obrigada, Igor, por esse texto altamente construtivo. Deus o abençoe.

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  2. Sou professor do Departamento de Engenharia Elétrica na Unesp em Guaratinguetá - SP e sofro com os efeitos de todos estes desmandos e descasos com o ensino. Concordo plenamente com este lúcido manifesto e congratulo o autor.

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  3. Anônimo12/21/2010

    Trata-se de um relato "nu e cru" da realidade de nosso país.
    Tais mazelas estão presentes em todos os níveis escolares e em especial nas escolas públicas.

    Saudades do tempo que o professor ao entrar na sala de aula era reverenciado pelos alunos. Estes se postavam "de pé", cumprimentavamm o mestre e aguardavam que o mesmo indicasse que poderiam sentar-se.
    Não era ato de exercício de poder,era um ato de puro respeito e consideração àquele que iri transmitir o conhecimento.

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  4. Solange Mancini12/22/2010

    Faço minhas todas as palavras do texto do professor Igor, o ensino precisa de uma urgente revolução que deverá começar no seio familiar.
    Não se pode dar jeitinho em tudo, uma escola mais humana não quer dizer uma escola permissiva e negligente.

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  5. Sílvia Maria12/23/2010

    Professor Mário, eu sou militante na área da Saúde e lendo o texto do prof. Igor, ele me fez lembrar de um texto que eu gostaria de compartilhar com ele um pouco dessa dor de todos nós. Vc teria um contato dele? Sílvia Maria Soares Ferreira
    vilarejo@hotmail.com

    Obs.: Eu não consegui enviá-lo a vc. Vc teria um e-mail ou outro veículo que eu pudesse enviá-lo?

    REPENSANDO A PRISÃO

    Oswaldo Giacoia Júnior
    (Palestra proferida durante o FSB)


    Há exatos 200 anos, Nietzsche fazia da praça pública o cenário para o ingresso para seu personagem Zaratustra. Nela se concentrava uma grande multidão, ansiosa por emoção e espetáculo. Excitada, a turba esperava pela performance de um funâmbulo, que deveria atravessar toda extensão da praça, equilibrando-se sobre uma corda estendida entre duas torres elevadas, situadas em extremos espaciais opostos. Nesse palco, aproveitando a grande aglomeração de gente, Zaratustra faz o primeiro anúncio público de sua Boa-Nova: a necessidade de superação do homem no e pelo Além-do-Homem.
    Como sabemos, o resultado desse anúncio é um completo e retumbante desastre: a multidão ali reunida toma sua mensagem como propaganda sensacionalista para a exibição do saltimbanco, e passa a exigir, impaciente, a realização do próprio espetáculo prometido. Decepcionado, Zaratustra pondera: esses que se recusam a ser enganados, crêem ter algo de que os proteja do engano, algo de que supremamente se orgulham e que os distingue dos toscos pastores de cabras: sua formação superior.
    Em vista disso, decide-se a falar daquilo que afronta mais duramente a fonte daquele orgulho. Para tanto, cria uma figura metafórica invertida do Além-do-Homem, a saber, o último homem.

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  6. Anônimo12/24/2010

    Este texto deve ser repassado por é o reflexo de tudo que sofremos nas escolas públicas de Minas Gerais.
    Buscamos sempre estar bem informados para melhor informar mas os alunos e alunas estaão preocupados em fazer filhos para ter direito ao bolsa família e ter um encosto.
    Temos que reagir a esta situação de alguma forma.
    Esta vergonha tem que ter um fim.

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  7. Anônimo12/26/2010

    Sr professor tenho algumas pergunta: Por que? Por que esta realidade, prque essas virtudes que o senhor defende não estão presentes na nossa sociedade? Por que a juventude um dia saiu às ruas gritando é proibido proibir? eu fui um deles e vou lhe dizer por que: por que esses valores que o senhor defende encobria a HIPOCRISIA DA SOCIEDADE, infelizmente o poder econômico se apropriou e desvirtuou esses ideais e temos mais uma vez que sair às ruas e protestar a falta de protestos.

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  8. Se eu fosse tão claro e inteligente quanto o autor desse texto, teria escrito um igual, sem mudar nada. Espero que ele seja lido por muitos professores, alunos e educadores em geral. Imprimirei tal protesto e enviarei aos pedagogos de minha escola. Educação é para elitistas arrogantes, para que eu iremos estudar se podemos chegar nos cargos mais altos do país sendo analfabetos? Assim pensa a grande maioria dos brasileiros... Só nos resta tocar um tango argentino? Deus o abençoe.

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  9. marislene12/28/2010

    Professor,seu texto é maravilhoso pela indignaçao.Mas o que tenho visto, é apenas indignaçao.Todos falam e ninguem faz nada.(um anonimo disse que temos mais uma vez que sair às ruas e protestar a falta de protestos.)é verdade, esta na hora de protestar, chega de falar, chega de indignaçao passiva, vamos la minha gente,queremos soluçoes, de indignaçao estamos "morrendo".O que podemos fazer? Uma lista propondo mudanças na educaçao?Uma passeata? Vamos la minha gente, o protesto tem que chegar no local certo.
    meu email Silvamarislene@ig.com.br

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  10. Anônimo12/28/2010

    Sou professora da rede pública de ensino e recebi seu texto de um professor amigo. Seu texto a lógica perversa das faculdades pagas em que o aluno pode tudo, não porque a sociedade assim aceita, mas porque assim se ganha mais dinheiro. É uma justa homenagem ao professor assassinado. Porém lamento que o teor conservador de suas palavras agradem muitos professores porque se sentem confortáveis ao ver uma voz autorizada (que até "cita" Zola)lhes dar guarida. São pessoas que, por exemplo, lamentam o fim da Ditadura Militar no Brasil,pois era mais fácil viver sem ter que tomar decisões. "E o respeito falava alto naquele tempo".
    A violência que vivemos nas escolas é fruto do que ocorre na sociedade, nada além disso. O senhor tem noção do número de alunos que são ridicularizados,segregados, maltratados, vítimas de racismo, etc., dentro das escolas públicas? Escolas que lhes oferecem educação de péssima qualidade, com professores despreparados, ganhando salários de fome, sem a mínima infra-estrutura para, ao menos, amenizar a situação crítica na qual crianças e jovens estão inseridas?
    Professores devem ser respeitados, assim como todos os seres humanos. Mas o senhor está focando o alvo errado; não é o excesso de liberdade que prejudica o ser humano, mas sim, a falta de educação, a cultura de violência que impera nos meios de comunicação, entre outras malezas provocadas pela lógica de nosso sistema econômico.
    É verdade que hoje as crianças pobres não respeitam mais os professores (nem as ricas)e isso é ruim, é claro. Porém, antigamente também não respeitavam, apenas tinham medo e abandonavam a escola antes de completar a 4ª série.
    Devemos parar de falar em autoridade e respeito e nos focarmos na criação de uma escola de qualidade, criando oportunidades iguais para todos. Muitos dos que lhe elogiam, sequer leram Zola.

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  11. Anônimo12/28/2010

    Sinto muito, mas eu não concordo com quase nada que ele escreveu...
    Não são as pedagogias as culpadas por todo esse processo e sim o capital financeiro perverso que é aplicado ao pedagógico e disso ele provou que não entende nada pois estudou leis que só existem porque há uma Civilização em constante crise com suas próprias regras.
    A desordem começa inclusive na casa onde ele trabalha pois o nosso Judiciário é muitas vezes a origem de toda essa queda de valores, pois há um advogado a defender o aluno que teve perdas e danos morais por ter que estudar,haverá advogados a defender o aluno que assassinou o professor, haverá advogados para defender o próprio Juiz Nicolau dos Santos Neto, que lesou os cofres públicos em mais de cento e oitenta milhões de reais e em nada deu, para servir de exemplo para essas crianças que estão em escolas. A culpa é da escola ou da televisão que propaga diariamente os corpos exuberantes das atrizes, manequins, atores? Não será isso um processo deformador de caráter? É a escola ou são os campos de futebol que ideologizam a nossa educação para a ilusão?
    É a escola ou são os Shoppings que ideologizam os nossos jovens para uma sociedade de consumo sem regras, sem freio, sem futuro...????
    É a Educação fornecida nas escolas ou a fornecida nas ruas, nos lares, nos templos religiosos que pregam tudo diferente ao que pregamos nas salas de aula???
    Somos nós Educadores que vamos às casas dos nossos alunos para reclamar quando eles gritam conosco ou são os pais deles que aparecem nas nossas escolas quando com eles gritamos?????

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  12. Anônimo12/28/2010

    Quem são os omissos: os pedagogos, os coordenadores pedagógicos, os diretores, ou o Estado que lucra com esse tipo de sociedade, os meios de comunicação que vendem a Barbárie humana por altos valores, ou os pais que não colocam mais redeas em seus filhos, até mesmo por não saberem o que é isso, e culpam as escolas??????????
    Eu falaria para o doutor em direito, para que o mesmo fosse passar uma ano letivo na unidade escolar em que trabalho e aturar a mãe do aluno chamando as professoras de p..., mandando a escola se f.... Queria vê-lo processar todas essas distintas senhoras. Pendê-las por omissão na educação dos filhos. Tirar a guarda dessas indefesas crianças dos cachaceiros, mães de rua, avós torturadas e torturantes.
    Gostaria muito de ver a ação de advogados contra o estado que sucateia a Educação pública, processando prefeituras que dão como prêmio para os melhores alunos bolsas de estudos na Rede Privada de Ensino.Gostaria de ver uma defesa contrária aos alunos que não estudam tal dia por questões religiosas, outros que se recusam a usar o uniforme e são apoiados por pais, gestores de Educação e vemos as nossas crianças chegando a escola com a roupa que dormiram. Sermos nós os culpados? Teremos nós que trocar as roupinhas dos pimpolhos? Os pais fumam e bebem e nossos alunos não possuem lápis e cadernos, pois isso se tornou obrigação do Estado. Não que eu não ache que não seja, mas muito mais barato sairia aos cofres que sustentamos se os país comprassem lápis e cadernos para os seus filhos. Gostaria de ver advogados brigando contra o acúmulo desenfreado de capital, concentração absurda de renda nas nãos de poucos em detrimento da miséria de muitos.
    Não é só a escola que não funciona.

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  13. Anônimo12/28/2010

    Não temos tido bons motivos para comemorar. Ensinamos aos nossos alunos valores sim, mas eles saem da escola e se deparam com a vala negra, com a padaria que não dá nota fiscal, com o açougue que faz carne estragada de carne moída e já temperada, para esconder o cheiro. Se depara com o motorista que não o deixa entrar no ônibus mesmo quando ele mostra o passe escolar. Se depara com um religioso a dizer que a crença de seus familiares é diabólica, e ela apenas queria rezar para sua nossa senhora, ou seu Oxalá. Se depara com a Televisão que só deveria ser liberada, e escrevo como psicólogo, depois dos 12 anos para ser vista e bem acompanhado pelos pais. Mas eles entram em casa e é a ela que recorrem para cobrir seus sonhos, os gritos dos pais, a dor de dente e até mesmo a fome.
    E a culpa é da Escola e Da Educação? Da Pedagogia e dos Pedagogos...
    Depois que todos os grupos sociais resolverem seus problemas aí poderemos cobrar algo da escola e da Educação...
    Com afeto
    Um Educador...

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  14. helena bonilha12/29/2010

    Sou professora da rede pública há mais de duas decadas e durante todo esse tempo de magistério posso garantir com certeza: ser professor esta cada dia mais dificil, prova disso é a enorme porcentagem de colegas com problemas de saúde. Na verdade, não sei dizer exatamente onde esta a falha e acho até que ninguem sabe porque se assim fosse ja teriamos feito alguma coisa. Tanto que lendo os comentarios dos colegas acima, percebo a diversidade na desesperada busca pelos culpados. As vezes comparo a situação com um trem descontrolado que saiu dos trilhos e sabemos que vai se espatifar a qualquer momento. Ainda esses dias pelos corredores da escola fiz um desabafo aos colegas: no momento, meu sonho é poder dar uma aula onde eu consiga dos alunos um retorno que não seja descaso, indisciplina, total falta de interesse e estresse para mim por ter sonhado "tão alto" ao preparar aquele momento. As vezes não consigo mais ter forças para insistir nos valores que sempre acreditei porque alguem ou alguns me vencem. Frustração.Indignação. E ate quando? Quando saberemos com certeza quem esta falhando? De quem é a culpa: da politica, da sociedade, da pedagogia, dos profissionais da educação, dos pais...Eu gostaria muito de obter essa resposta para poder ajudar a salvar esses que são os futuros politicos, professores, pais e hoje estão dentro deste trem descarrilhado. Mas precisamos insisitir para que desabafos se tornem bandeiras de luta.

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  15. Anônimo12/30/2010

    Fui professor em Universidade particular e ratifico as situações expostas pelo Prof. Igor.
    Sou Engenheiro e trabalho como Gerente Industrial em uma grande corporação multinacional. Quando tenho de contratar engenheiros novos, fico estarrecido com a qualidade e o nível de conhecimento desta geração que está aí. Durante entrevistas, muitos me perguntam se a empresa tem um programa de treinamento para treiná-los!!! Eu então devolvo a pergunta a eles: o que vocês fizeram durante cinco anos na escola de engenharia? Eles não só acham que a escola é quem tem obrigação de ensiná-los, como continuam com este pensamento quando se formam (não sei como) e vão para o mercado de trabalho. Continuam achando que a empresa é quem tem a obrigação de ensiná-los em seu ofício. Eles acreditam, e é muito confortável acreditar, que na Faculdade não se aprende nada e que vão aprender mesmo no primeiro emprego. E conseguem seu primeiro emprego em uma organização cheia de vícios e problemas e então carregarão estes mesmos vícios para o resto de suas paupérrimas vidas. Eles acreditam que "a teoria é diferente da prática". Quantas vezes ouvimos, ou até mesmo já dissemos isto? Se a teoria é diferente da prática é porque estamos usando a teoria errada! E só os que não estudaram, não exercitaram e não "ralaram" é quem não conseguem saber qual teoria usar. Presenciamos então uma horda de "práticos" que fazem as coisas sem saber o porquê, cheios de vícios, desperdícios e provocando prejuízos por onde passam. E são todos assim! Posso estar sendo injusto com uma pequena minoria, mas nos últimos cinco anos não consegui encontrar um engenhero recém-formado que preste. São todos mimados, janotas e bundas-mole (desculpem-me, mas é a melhor expressão que os representa). Eles esperam que o diploma lhes abra as portas e que, de posse dele, o sucesso em suas carreiras será inevitável. A boa notícia é que é com estes bundas-mole que meus filhos irão concorrer no futuro próximo.
    Concordo com o Prof. Igor em tudo, sem tirar nada, mas ainda falta um complemento em sua dissertação. Nós, pais, somos omissos e em alguns momentos até alimentamos esta falta de disciplina e desrespeito às regras. Somos incentivados a isso. A oito anos convivemos com um governo corrupto, mentiroso e cínico, que é flagrado nas mais escabrosas falcatruas e malandragens. E em rede nacional, sem o menor constrangimento, afirma que tudo é uma miragem, que os fatos não existem, que os crimes cometidos são uma bobagem, ou então que não tem culpa porque não sabia de nada. Um governo que taxa cada vez mais quem trabalha e protege cada vez mais quem não trabalha. Um governo que está criando uma sociedade com cada vez menos pessoas produtivas. Um governo que assiste de camarote o desrespeito à propriedade, deixando impune quem a destrói e ainda vestindo o boné dos vândalos vagabundos. Um governo que, não fosse pela anistia, teria seus mais ilustres líderes domiciliados em presídios de segurança máxima. Que mensagem este governo está deixando ao povo? Ao povo que é pai, que educa seus filhos e que os prepara para o mundo.
    Os que acham que a idade das trevas foi na idade média, estão enganados. Estamos para presenciar o pior dos tempos. Teremos nos próximos anos um déficit de conhecimento e habilidades sem precedentes na história deste país. "Nunca antes neste país..." terá sido visto tamanha idiotização da população. Mas continuará havendo uma elite dominadora. Uma elite que não será formada de pessoas de famílias ricas, com diplomas ou títulos. Será de pessoas cujos pais lhes deram uma educação notadamente "antiquada e obsoleta".
    QUE BOM PARA MEUS FILHOS...

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  16. Sou professora universitária e há muito tempo não lia um texto tão verdadeiro. Parabéns Dr. Igor!
    Maria Domingos

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  17. Anônimo1/04/2011

    Eu acuso os pais, que acreditam que a ESCOLA tem que educar os filhos, quando este ambiente tem meramente a responsabilidade de prover conhecimento. EDUCAÇÃO é problema dos pais. E os pais têm falhado muito. É justamente estes pais que acusam a escola de não educar que geram um problema de educação pois deixam sua responsabilidade na mão de instituições, programas de televisão, babás, esquecendo seu papel FUNDAMENTAL na construção de seus filhos.

    Concordo, sim, que a ausência da repetência é um problema, mas procurar novos métodos pra educar é extremamente necessário. O mercado e o mundo estão mudando e educar as crianças como se fazia na época dos nossos avós não vai ajudar. Quem é que fala tanto em inovação e agora vai concordar com retroceder? Não faz sentido.

    Deve-se, sim, procurar uma pedagogia criativa, capaz de desenvolver adultos competentes e capazes de ´pensar fora da caixa´ mas cabe aos pais pararem de culpar a escola pela má educação de seus filhos e começarem a pensar no que ELES estão fazendo.

    As crianças tem que aprender a respeitar as normas pelo bem coletivo ao invés de respeitar pra não levar tapa. Eu fui a uma escola interessante uns tempos atrás e as crianças respeitavam. Elas construíam as normas e aprendiam que estas eram fundamentais. Elas elaboravam as próprias punições. E eu vi crianças lembrando umas as outras de respeitarem as regras. Não precisava ter professora fiscalizando.

    Agora, pense em uma escola tradicional, punitiva e tudo mais. Todo mundo, de fato, respeitava as normas - só que até o professor virar as costas. Quando o inspetor virava, um bando de gente aproveitava e começava um festival de bagunça e agressão. O grande problema desses moleques, porém, eram seus pais, que não conversavam com seus filhos, só agradavam e limpavam a barra, morrendo de medo da revolta adolescente contra os pais e tentando fazer de tudo pra que seus filhos continuassem os tendo como heróis.

    Os pais morrem de medo de ser pais e preferem escrever textos acusando a escola de falhar miseravelmente na educação dos seus filhos do que perceber que quem educa os filhos são eles.

    Se fosse meramente o esquema pedagógico da escola TODOS os alunos seriam violentos, desrespeitosos, espancariam professores...

    A culpa é do sistema, mas isso invalida a culpa do indivíduo? É claro que não.

    Concordo que a violência nas escolas está demais da conta, mas dizer que isso é culpa das mudanças na educação meramente e não na falta de presença dos pais é demais pra cabeça.

    Ah, a repetência ter saído das escolas, a propósito, não é por conta de propostas pedagógicas progressistas. As escolas públicas eliminaram a repetência para que o país conseguisse um empréstimo dos EUA.

    Eu quero uma geração diciplinada, responsável e séria, mas acredito que isto só será possível quando os pais aprenderem a dialogar com seus filhos, sem esquecer de sua autoridade, ensiando-os, desde pequenos, o respeito ao coletivo. Acredito que, aumentando os cursos profissionalizantes ou de empreendedorismo nas favelas, bem como trabalhando a auto-estima das crianças pobres, mostrando que elas podem, sim, ter um bom futuro, menos jovens optarão pelo tráfico e pelo crime. Acredito que quanto mais as escolas trabalharem a construção do coletivo e do respeito, mais crianças vão compreender que as leis e as regras estão aí não pra você se esquivar de punição, mas pelo bem de todos. Acredito que quanto mais as escolas trabalharem criatividade e inovação ao invés da repetição e decoreba, teremos mais cientistas, mais empresários, mais artistas e criadores, do que pessoas prontas a apertar botões. Se as crianças forem ensinadas o prazer da curiosidade, elas ficarão mais interessadas em seus trabalhos ao invés de apenas jogar e visitar o Facebook.

    Acredito que se os filhos aprenderem a respeitarem os pais porque estes demonstram sabedoria, presença e diálogo, ao invés de os respeitarem apenas para não tomar um tapa, teremos crianças com mais responsabilidade e criatividade.

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  18. Rosane Batista Pereira1/06/2011

    Òtimo ,esse texto , muito mesmo !! nunca havia lido algo de tão profundo e que revelasse de fato como se tornou a nossa sociedade, cheia de ipocresia e falso moralismo, onde os que são responsaveis por passar sabedoria e conhecimento são caluniados e agredidos tanto fisicamente quanto verbalmente por aqueles merdinhas que não tem moral e muito menos força de vontade pra melhorar, não possuem sua propria respondabilidade social! bando de Ipocritas, sem noção.
    Adorei mesmo o texto, sou estudante de Biologia tenho 20 anos, trabalho no Ministerio da Educação e pretendo um dia Ser Professora, porque ainda que ingenuamente seja , eu acredito na respondabilidade e na coerencia de bons professores que mais que isso são sabios e mestres e que não compctuam com tais brutalidades que a nossa sociedade pobremente mostra, lutam por melhorias psiquicas e não artificiais e acredito que a unica forma de criarmos uma sociedade mais humana é a pratica bem aplicada na Educação , onde não se forma jovens inclinados somente para passar em um vestibular ou concurso publico, mas pessoas que tenham conciencia moral, principios eticos , que possuam cidadania , que sejam modificadores e pacificadores , que preguem o bem que saibam de seus direitos e deveres, que não pisem e chutem a constituição brasileira , mas que a entenda de forma clara e não se educar jovnes simplesmente massa pra pessar no mundo e achar que pode sair por ai destruindo tudo que ver pela frente e destruir por exemplo uma Familia, destruir por completo o Futuro e sonhos de alguem , como nos mostra ai no texto ! Enfim pessoas mais humanas onde o respeito e uma das bases mais solidas de uma boa convivencia...
    abraço
    Rosane - Bsb

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  19. Lívia marlene1/06/2011

    ESTE TEXTO NADA MAIS É DO QUE O RESULTADO DE UM MESTRE. E UM MESTRE QUE FAZ A DIFERENÇA, POIS É GENTE QUE FAZ, GENTE QUE SE PREOCUPA, COM AS MAIS IMPORTANTES FALHAS DA NOSSA SOCIEDADE, PARA COM AS CRIANÇAS, FUTUROS FORMADORES DE OPINIÃO NESTE PAÍS. O MESTRE É GENTE QUE TEM O CONHECIMENTO E POR ISTO PODE COM TODA A CONVICÇÃO E SABEDORIA, APONTAR O DEDO EM MUITAS MOLEIRAS QUE NÃO ESTÃO NADA PREOCUPADAS COM O FUTURO DO ALUNO QUE ESTÁ SOB SUA ORIENTAÇÃO.
    PROFESSOR EU O ADMIRO, O RESPEITO.
    SAIBA QUE LI TODO O SEU DOCUMENTO E PERCEBI QUE TEM ALGO, QUE QUASE SEMPRE A GENTE NÃO LEMBRA, QUE É LEI QUE CRIOU O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE,CUJA CARTILHA PREGA E ADOTA MEDIDAS, SEM TER A MÍNIMA INFRAESTRTURA PARA TAL... E A JUSTIÇA ABENÇOA A IMPUNIDADE DE QUEM TERIA QUE SER RESPONSABILIZADA PELA CRIAÇÃO DE UMA LEI, SEM RECURSOS PARA TAL.FAZENDO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES, REFÉNS DA INJUSTIÇA!
    UM ABRAÇO FRATERNO, MESTRE E QUE DEUS LHE ABENÇOE SEMPRE!
    PROFESSORA LÍVIA MARLENE DORNELLES DE ARAÚJO

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  20. Anônimo1/07/2011

    Concordo com todos os pontos colocados pelo Professor Wildman. Chega de ensinar disciplinas "críticas", vazias de conteúdo!!! Que o ensino seja para prover o conhecimento necessário ao exercício de uma profissão e à cidadania com direitos e deveres concomitantes, não para formar uma massa de ignorantes com "canudo", i.e. diploma. Não são os espertos, as popozudas, os BBBs, etc. que construirão um futuro melhor, não adianta colocar a cabeça na areia, como faz a avestruz. Sem uma população com educação correta, não adianta o País aumentar seu PIB (cujo benefício continuará concentrado em uma meia dúzia de pessoas), aumentar vendas de carros e eletrodomésticos, se promover no exterior, pois tudo isto é apenas um castelo de cartas que vai se desmoronar a qualquer momento. Sem estrutura não há edifício que fique em pé.
    Sonia

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  21. Preofessor Igor,parabéns por tão brilhante texto.A verdade nos choca,por que será?Ficamos atônitos ,perplexos com a realidade das escolas,dos alunos sem limites,dos avós/pais sem compromisso...Sou Coordenadora em uma escola Municipal,onde uma de minhas atribuições é separar brigas,de adolescentes raivosos,rebeldes sem causa,que de uma mínima contrariedade nos interesses "decidem" bater no mais fraco,sem argumento,seguindo apenas o instinto.É preciso manter inspetor na fila da entrada da escola,da merenda,qualquer imprevisto vira um tumulto de 500 desordenados ...e salve-se quem puder!Pergunto-me:O que podemos fazer? Acredito que se conseguirmos ensinar aos pais a serem pais´seja um começo.

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  22. Olá professor, parabéns por colocar publicamente este texto, é maravilhoso, pois fala da nossa realidade, é isso mesmo que acontece. Ele será minha base de luta de agora em diante, no espaço escolar que vou trabalhar. Um abraço da Professora Adriana da Silva

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  23. Perai!!!... Tá faltando o principal dos "EU ACUSO" aí no texto.
    É o "EU ACUSO" as famílias-faz-de-conta, pais e mães apenas biológicos que, depois de botar o pinpolho no mundo, viram escravos do trabalho à cata de mais grana, achando que "educar" é entupir o rebento de bens materiais, tornando-o um ser sem nenhum limite, intolerante e que só aprendeu então que "o dinheiro compra tudo" e "quem não me der o que eu quero eu arrebento.
    Então, meu caro, a 1ª acusação é pros pais (cadê a "educação de berço"?).
    Depois que o "filhinho" cresce e passa a agredir quem não lhe faz as vontades, a tua OAB, caro advogado, defende o tadinho alegando que "o bandido é uma vítima da sociedade" e daí a sociedade tem de aturá-lo, né?
    Então, primeiro a gente tem de deixar de lado a hipocrisia e assumir o besteirol em que transformamos a dita sociedade (OAB inclusive); depois, parar de fazer o professor de boi-de-piranha, porque a função primeira dele é preparar a gurizada para compreender e atuar no mundo laboral e, em segundo plano, COMPLEMENTAR a educação familiar do papai e da mamãe... mas, cadê o papai e a mamãe???

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  24. Anônimo1/20/2011

    Achei o texto maravilhoso, uma demonstração empírica da falta de bom senso e capacidade crítica no ensino recebido desde décadas atrás que confluiram para o desmando e baderna vistos e que produziram o assassinato do professor. Sem esse texto teríamos a impressão de que o acúmulo de conhecimento e a experiência humana não surtiram qualquer efeito. Agora podemos ter esperança pois já não temos alunos recebendo o conhecimento usando as velhas práticas que produziram o desastre que observamos.

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  25. Anônimo1/28/2011

    Texto lúcido e de coragem!

    Aos que comentaram sobre o tom conservador do texto, digo o seguinte:

    Trabalhar com seriedade não implica em adotar uma atitude conservadora. O prof. Wildmann não foi conversador.

    Infelizmente os "novos métodos pedagógicos" não funcionam. Qual país desenvolvido os adotam?

    Por sorte, nas universidades públicas, ainda não oficializaram metas de aprovações, como se a universidade e a sociedade tivesse que pagar pelo despreparo intelectual do aluno. Em cursos de ciências exatas as reprovações estão alcançando 90% devido ao despreparo. E não é apenas o conhecimento básico que falta, pois já incluíram disciplinas de revisão, mas a DISCIPLINA de estudar diariamente, pelo menos 3 horas por dia, desde o primeiro dia de aula.

    Acredito sim, que os pedagogos são, pelo menos, coadjuvantes, do caos da educação.

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  26. Fabiola Boff Borges1/29/2011

    Não são somente os pedagogos que atuam como coadjuvantes deste caos da educação, são todos os profissionais que trabalham sem COMPROMETIMENTO .
    Isso ocorre também na sociedade, onde os pais descomprometidos não educam o filho, o médico descomprometido não atende da mesma forma o paciente da rede pública e o da rede privada, o acadêmico descomprometido (como lemos acima) não se prepara para o exercício de sua profissão... E tantos outros exemplos.
    Concordo com o texto do Sr. Igor sim, e acredtio que ele não apresente caráter meramente saudosista ou anti democrático, mas sim caráter responsável e de valorização do ser humano, o qual é detentor de direitos mas também cumpridor de deveres.

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  27. Vera Lucia Souza2/03/2011

    Eu criei um método de Alfabetização nas Areias da Praia. Algo simples. levei aqui no Rio para politicos, prefeito na época César Maia e nada consegui. A pessoa que me atendeu disse: "que tem muita escola no Brasil e que as crianças é que não querem estudar" . Continuei tentando até em épocas de eleição mas nada consegui.Queria atingir as crianças de rua , aquelas que NADA TEM A PERDER pois nada tem. Por esta razão não ficam intimidadas para praticarem delitos. Infelizmente a verdade é que não existe interesse REAL em proporcionar uma educação de qualidade para ninguém, infelizmente.
    Graças a este despreparo, agora vemos o setor civil cobrando preços absurdos e abusivos porque a mão de obra está totalmente escassa.

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  28. Antônio M. Santos2/15/2011

    Caro Professor Doutor Wildmann


    Parabéns pela lucidez e pela coragem. Oxalá nossas autoridades acordem, pensem de verdade no futuro do país, e tenham atitude para mudar o rumo da educação no país!

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  29. Saulo Ortigosa2/20/2011

    Dr. Igor Pantuzza Wildmann, parabéns pelo seu texto. Traz com clareza e objetividade o que há de mais verdadeiro em termos de educação. Além de professor, sou coordenador e sei bem do que o senhor fala. Acredito piamente nisso e faço votos que seus pensamentos cheguem aos educadores do nosso pais, incutindo-lhes coragem de ação.

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  30. Prezado Doutor e Professor Igor Pantuzza Wildmann,
    Primeiramente deixo claro que o conteúdo deste texto trata-se de minha opinião.
    Concordo com grande parte do conteúdo de seu texto, e ainda, lamento muito por cada um dos maus eventos que sofremos.
    No entanto, deixando de lado todos os sentimentos que nos tiram o verdadeiro foco, que é a prevenção dos litígios, devemos trabalhar efetivamente as mazelas acadêmicas.
    Convém destacar, que todos nos alunos e professores estamos sujeitos a certos perigos ao ingressarmos no meio acadêmico, principalmente no estado em que se encontra hoje.
    Enquanto nos assistem os “Senhores do poder acadêmico”, que tudo podem e nada sofrem, nos os pobres mortais, professores, alunos, coordenação e pessoal de apoio ( pessoal de secretarias e outros ), vivemos sem o devido amparo de instrumentos efetivamente reguladores de conflitos no campo acadêmico, daí a autotutela.
    Quem nos garantirá a integridade, dignidade, a equidade nas notas, sem falar no aprendizado que é escopo de tantos contratos universitários e não acontecem como devia, este tipo de coisa é o que todos nos precisamos.
    Não temos neste país ferramentas bilateral de prevenção e regulação de litígios nas instituições, ou é o judiciário ou nada.
    Assim sendo, nada está previsto nos regimentos internos das universidades, que nos viabilize a efetivação de nossos direitos e a serenidade necessária para nos defendermos dos malfeitores, seja ele aluno ou professor; e pior ainda, para o professor, o mínimo; este apenas pode se defender com o poder do controle de notas, para o aluno restou autotutela ou versículos bíblicos como: Filipenses 3: 13 e 14 – “ Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
    Prezado Mestre, lhe esclarecendo um pouco sobre as razões de tal discurso, eu ainda vivo no meio acadêmico, fazendo minha segunda graduação, e nesta escola de Direito, já fui muito humilhado, prejudicado materialmente, moralmente e emocionalmente por um professor louco e extremamente arrogante, isto em uma das universidades de Belo Horizonte, e para encurtar o ensejo, mesmo veementemente convicto de estar certo na situação em questão, como milhares de alunos que não abriram mão de ser “humano”, eu tomei a postura de tentar me esquecer aquele horrível episódio e seguir para o meu alvo.
    Claro, ficou o gosto amargo dos pedidos de “deixa pra lá”, “no judiciário só vai lhe complicar, ele é advogado”, assim disseram os poderosos da instituição em questão, mas isso não pode continuar sendo assim!
    Urge destacar, que professor em questão infelizmente continua trabalhando normalmente na instituição, e ele depois de tudo está ainda mais cheio de si.
    Então eu penso, será que os poderosos da minha universidade vão esperar o encontro deste monstro com um aluno louco como o tal.
    Diante de tudo que foi exposto finalizo rogando:
    - Pelo fim de carreira para o mau aluno!
    - Mas igualmente rogo pelo fim da carreira do mau professor, afinal este nunca chegará a ser um mestre!
    Ao inteiro dispor de V.Sa. para maiores esclarecimentos, firmo.
    Atenciosamente,
    Ferraz – Aluno do curso de Direito em BHTE.

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  31. O ensino está mesmo um caos. O nível dos professores é lastimável. Aqui mesmo neste fórum vemos uma estudante de Biologia, que tem 20 anos, trabalha no Ministério da Educação, pretende um dia ser professora, e escreve "ipocresia".

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  32. Prezado Dr. Wildmann

    Acabei de receber este brilhante texto por e-mail.
    Parabéns pela objetividade e clareza!
    Que tipo de profissionais estamos formando?

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  33. Anônimo3/24/2011

    Realmente o senhor conseguiu expressar em palavras o que sinto todos os dias...

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  34. Anônimo3/27/2011

    Professor Igor,

    Suas palavras relatam exatamente o que ocorre no Brasil. Não tenho curso superior, mas vejo e sinto a decadência do ensino brasileiro e a base para uma sociedade sólida e justa: A FAMÍLIA!
    Vejo pessoas em Universidade discutindo Big Brother ao invés de discutir Política, saúde e Educação. Pessoas com MBA interessadas em Revista Caras. Pessoas formadas, mas não interpretam e não entendem o que lêem. Meu filho rodou na antiga 4ª série e falei para a escola se passar, vou brigar, pois ele não tem condições de passar ano. Hoje ele esta no 7ºano(antiga 6ª série) e não sabe o que é debate. Tive que explicar, algo que vivenciei na escola. Lembro que debatemos as Eleições Presidencias com os candidatos Fernando Collor de Mello, Luís Inácio da Silva e Leonel Brizola. Tudo neste País virou Política e propaganda e todos nós vamos pagar por isso, pode ter certeza.

    Abraços, que Deus o abençoe.

    Melissa.

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  35. Anônimo3/29/2011

    So recebi hoje, achei muito apropriado. Li alguns cometários, alguns discordo ainda que não totalmente, mas sou também das antigas, e também eduquei meus filhos a moda antiga, no sentido de respeito, limite e caráter.Estão estudando, curso superior, são sempre elogiados pelos pais dos colegas.Isso me mostra que fiz a coisa certa: horário para chegar em casa, por favor, com licença, obrigado,sem necessiadades de baladas, bebidas,drogas, falta de limites. São pessoas extremente saudáveis,bem resolvidos, responsáveis e felizes.Também não concordei coma ditadura militar, mas a falta de educação está em toda parte, em qualquer classe,

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  36. Anônimo4/02/2011

    Que texto!!! Deveria ser lido em Rede Nacional no horário mais nobre das emissoras de tv do nosso país. Mais pessoas precisam ouvir essas verdades, já que a verdade liberta e faz pensar, pois hoje em dia os valores estão invertidos.
    EU ME ACUSO por fazer parte de uma geraçao que se cala e por aceitar essas imposições absurdas sem protestar., por achar que as coisas não mudam mesmo. até encontrar um louco que como esse aluno que tirou a vida do professor provou cabalmente que as mudanças estão acontecendo a nossa vista e nós permanecemos mudos para não nos comprometer. Lamentável!!!
    Parabéns pelo texto Professor Igor !

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  37. Jumara Sasaki4/08/2011

    Já fazem vários anos que venho notando o avanço desmedido dessa pseudo-democracia exagerada que corroe a sociedade como um câncer. Absolutamente tudo o que foi escrito no artigo tem passado constantemente pela minha mente. Não faço parte diretamente do sistema de ensino, pois não sou mais estudante, não sou professora nem educadora... porém como cidadã constato esta situação como uma terrível verdade que precisa que precisa urgentemente ser mudada... O excesso de pseudo-democracia se transforma rapidamente em Anarquia ....

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  38. Professor ler esse documento foi uma experiencia unica de prazer mental, não pela realidade nele exposta, mas pelo fato de sua leitura da sociedade vigente apresentar-se de forma concisa e clara, sem enfeites e delongas.
    Esse documento incitou uma inquietude já existente em nós.

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  39. Profª Eliane10/28/2011

    E agora a pergunta que não quer calar (as perguntas): Por que nós professores ainda nos submetemos a essas políticas "porcas"??? Por que ainda concordamos com PPPs que nascem de ideias tendenciosas e que na maioria das vezes não correspondem à realidade das escolas??? Por que ainda ninguém (com credibilidade nacional) escreveu um manisfesto "neo tradicional da educação" - retomarmos uma educação tradicional, porém sem a ideia da "palmatória"??? Por que a maioria dos professores têm vergonha de assumirem sua metodologia tradicional??? As melhores escolas técnicas do país, as mais bem conceituadas, não se envergonham disso! Por que Paulo Freire (e seus discípulos) é praticamente a única referência na educação brasileira??? Ninguém mais pensa neste país??? SOCORRO!!! Eu tô ficando muito velha pre esse negócio!

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  40. E AGORA, COM A LEI CONTRA A PALMADA?

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Ricardo Piglia - Bibliografia completa

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