"Lembro de um homem angustiado, indignado, mas cheio de fé na vida. Falamos do Brasil distante e de seus tempos chilenos, de sua amizade muito próxima com Pablo Neruda e Violeta Parra. De como foi ter traduzido Neruda para o português do Brasil e ter sido por Neruda traduzido para o castelhano. Falamos da sua dor por ter visto sua pátria adotiva ser destroçada." (Belíssimo texto dedicado pelo escritor Eric Nepomuceno ao amigo Thiago de Mello, recentemente publicado no site da Carta Maior. Leitura altamente recomendável).
Conversas sobre as coisas que leio, ouço, vejo e quero compartilhar. Um arquivo de textos jornalísticos e críticos e imagens...fragmentos de ideias, imagens e pensamentos sobre as coisas pelas quais me interesso: arquitetura, artes, cidades, cinema, design, filosofia, fotografia, literatura, memória, moda, música... Peço que, ao mencionarem ou reproduzirem o conteúdo deste blog, deem os créditos, especialmente das fontes originais (Mário Santiago)
Arquivo do blog
17.1.22
Do Eric para o Thiago
14.1.22
"Memória para o esquecimento", do palestino Mahmud Darwich
"E o café, para quem como eu o conhece, significa fazê- lo com as próprias mãos, e não recebê- lo numa bandeja, pois quem traz a bandeja traz junto a conversa, e a primeira xícara de café, a virgem da manhã silenciosa, é arruinada pela conversa. O amanhecer, o meu amanhecer, é avesso à fala. O aroma do café pode absorver sons - mesmo um animado e gentil ´Bom dia!´- e rançar."
13.1.22
"Verás un mar de piedras", do poeta chileno Raúl Zurita.
Belíssimo!
Resenha para o livro de Anselm Jappe, "A sociedade autofágica..."
"Todos os atributos tecnológicos facilitadores e promotores de imagens representam – além do fortalecimento da figura do ser que espera tudo à mão rapidamente sem considerar o aparato social por traz de qualquer produto ou serviço – um declínio na difusão da leitura e de capacidades criativas e de raciocínio. A própria crise ecológica se mostra de difícil solução numa realidade em que se faz necessário ganhos cada vez maiores de produtividade." (Trecho da resenha escrita por Alexandre Maruca para o livro de Anselm Jappe. A íntegra da resenha está disponível no site A terra é redonda)
9.1.22
Que falta faz a Nara Leão!
Claude Lévi-Strauss: "Elogio del trabajo manual"
Foto de Lévi-Strauss, no Collège France, em
1992 (fotógrafo não identificado)
Recomendo a leitura do excelente discurso pronunciado pelo antropólogo francês por ocasião do recebimento do Premio Internacional Nonino (Udine, Italia) em 1986, transcrito do excelente blog Nota Antropologica, onde pode ser lido na íntegra.
"Subsiste aún hoy una
complicidad entre esa visión de las cosas y la sensibilidad del campesino y el artesano
tradicionales. Estos, efectivamente, por seguir manteniendo un contacto directo
con la naturaleza y con la materia, saben que no tienen derecho a violentarlas,
sino que deben tratar pacientemente de comprenderlas, de atenderlas con
cautela, diría casi de seducirlas, a través de la demostración permanentemente
renovada de una familiaridad ancestral hecha de cogniciones, de recetas y de
habilidades manuales transmitidas de generación en generación.
Por eso el trabajo manual,
menos alejado de lo que parece del pensador y del científico, constituye
asimismo un aspecto del inmenso esfuerzo desplegado por la humanidad para
entender el mundo: probablemente el aspecto más antiguo y perdurable, el cual,
más próximo a las cosas, es también el más apto para hacernos captar
concretamente la riqueza de éstas, y para nutrir el asombro que experimentamos
ante el espectáculo de su diversidad.
En la actualidad, nos
dedicamos a organizar bancos de genes para preservar lo poco que sobrevive de
las especies vegetales originales creadas a lo largo de los siglos por modos de
producción totalmente distintos de los practicados ahora. Esperamos también
eludir los peligros de la llamada ´revolución verde´, vale decir, una
agricultura reducida a pocas especies vegetales de gran rendimiento, pero
tributarias de sustancias químicas y cada vez más vulnerables a los agentes
patógenos."
2.1.22
Caderno aTempo - Vol. 5
O Caderno aTempo é uma publicação digital, bienal, do Núcleo de Design e Cultura da Escola de Design da UEMG, que pretende proporcionar um espaço para a ampliação das fronteiras que permeiam as discussões sobre arte e design, na perspectiva histórica. Para este quinto volume do Caderno, fruto de exitosa cooperação estabelecida entre o Núcleo de Design e Cultura e a Atafona, foi escolhido o tema Patrimônio, com o objetivo de refletir sobre as diversas abordagens, conceitos e pressupostos teóricos, descrições e análises sobre a gênese das preocupações brasileiras e, principalmente, trazendo exemplos de bens, de diferentes naturezas, de modo a tornar evidente um campo de estudos para o qual esse debate ainda é muito necessário.
Este volume traz artigos assinados por Ataídes Freitas Braga, Cinthia Mayumi Aizawa, Cristiane Gusmão Nery, Debora Raiza Carolina Rocha Silva, Flavio de Lemos Carsalade, Francisca Ferreira Michelon, José Rocha Andrade, Juliana Cardoso Nery, Mauro Luiz da Silva, Nila Rodrigues Barbosa, Paula Garcia Lima, Rodrigo Espinha Baeta, Tiago de Castro Hardy e Vânia Myrrha de Paula e Silva.
Cooordenadora: Marcelina Almeida. Organizadores: Giselle Safar, Edson Carpintero e Marcelina Almeida. Projeto gráfico: Ágatha Araújo, Joana Alves e Lucas Motta. Fotografia: Zé Rocha. Revisores: Patrícia Pinheiro e Matheus Reis. Divulgação: Lucas M.R. Faria e Vinicius Gonzaga. Editor: Mário Santiago.
ISBN: 978-65-86805-13-0
Disponível para leitura on-line e download
Outro Renascimento?
Recebi esta imagem ontem, postada por Gabriella Truzzi em um grupo de amigos no Facebook. Sua autora é a artista britânica Jenny Saville...