"Con 19 años leí Las palabras y las cosas, de Foucault y los Escritos de Lacan. Después salí a la calle y vi todo escrito: la ciudad estaba escrita. Yo había prestado atención a los significados (“Viva la unidad popular” o “Viva la resistencia del pueblo”) pero, de pronto, ver la combinatoria entre significante y significado me hizo pensar en la materialidad del discurso de otra manera. Entonces me empezaron a interesar aquellos que se resistían a que el sentido se difundiera rápidamente. Si un sentido se hace demasiado evidente se erosiona con rapidez."
Para ler e pensar
Conversas sobre as coisas que leio, ouço, vejo e quero compartilhar. Um arquivo de textos jornalísticos e críticos e imagens...fragmentos de ideias, imagens e pensamentos sobre as coisas pelas quais me interesso: arquitetura, artes, cidades, cinema, design, filosofia, fotografia, literatura, memória, moda, música... Peço que, ao mencionarem ou reproduzirem o conteúdo deste blog, deem os créditos, especialmente das fontes originais (Mário Santiago)
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22.7.25
Entrevista com Jorge Alemán
A imaginação apocalíptica
"Diante da hiperglobalização da guerra e da constante intensificação da ameaça nuclear; da crise climática que projeta a extinção da humanidade e de incontáveis outras espécies; da ascensão do fascismo e do esgotamento terminal do capitalismo, não poderia ser diferente: o mundo está, evidentemente, acabando. A catástrofe não é uma exceção, mas a própria dinâmica de reprodução do capitalismo hoje. Nesse contexto, até mesmo a pergunta a respeito da adequação de nossa imaginação ao presente histórico parece ociosa."
(Trecho do ensaio "A imaginação apocalíptica",de Brunna Della Torre, publicado nesta data no blog da editora Boi Tempo).
13.7.25
Do Diário de Ítalo Moriconi
Diário de maio: a Literatura
O quequieu estou fazendo aqui, é o que me pergunto enquanto leio Grande sertão: veredas. Não pertenço a este universo, não tenho nada a ver com isso. E, no entanto, prossigo, com vontade, até voracidade no virar as páginas, oscilando entre o prazer e o ódio que me causam obras literárias desafiadoras, ao serem lidas pela primeira vez. O misto de sedução e estranheza que a palavra nova, porém forte, suscita em quem lê. Um clássico é forte a priori. Como diz Italo Calvino, um clássico é um livro que as pessoas dizem que estão “relendo”. Mas, como se sabe, a releitura de um clássico é sempre uma primeira leitura. Estou (re)lendo, lendo de primeira. A cada estação da vida, corresponde uma estação de apreensão do grande clássico (grifo meu). Um grande clássico literário é, em princípio, um livro longo. Como vou chegar à página 700 do Grande sertão? Conseguirei chegar lá? Não quis ler a edição de bolso, mas é bem complicado manusear o volumão que tenho em mãos.
É que me deu a louca, típica de professor de literatura aposentado da sala de aula, de retornar aos clássicos, de (re)ler os livros grossões da grande tradição. Me deu uma vontade louca de pegar o Grande sertão de jeito. A grande tradição tem que ser um legado real.
Tão voltado ao movimento contemporâneo que sempre fui, observei que não é nada, não é nada, o romanção de Guimarães Rosa permanece vivo, sobretudo nas adaptações. Muito me impressionaram a peça e o filme de Bia Lessa e, por causa do jeito que a vida e os circuitos de consumo se dispersam, ainda não vi a adaptação de Guel Arraes. Caio Blat é o Riobaldo da hora. E não são poucas as leitoras profissionais (leia-se: professores) que têm uma leitura de Grande sertão viva no repertório, pelo que depreendo de conversas informais recentes. Será que leram o livro todo?
Eu quero a leitura, sem saltar uma linha, sem pular nenhuma página. O livro. Não as leituras de leituras. Supõe-se que nas centenas de páginas do grande clássico tudo seja proteína, não descartável. Teria a leitura literária se tornado uma técnica subsidiária, fonte de histórias para as artes audiovisuais? Esses que adaptaram certamente enfrentaram o bicho de cabo a rabo. A avaliação crítica da adaptação começa pela verificação de quais foram as ênfases e as supressões na passagem das centenas de páginas para o artefato estético. É um dos prazeres advindos do enfrentamento do livro coisa em si.
Portanto, empreendo a leitura selvagem, esse misto de prazer e obrigação que é a leitura do clássico ilegível, esquecendo a enorme fortuna crítica existente, alguma bem recente, esquecendo num primeiro momento as filmagens do Manuelzão, as correspondências com os tradutores.
Para continuar lendo as Cenas de escrita para um diário íntimo, do Ítalo Moriconi, no Blog da Biblioteca Virtual do Pensamento Social.
8.6.25
Entrevista recomendável
"La psiquiatría tiene que salir de su atascamiento para ponerse al servicio de la sociedad", (Santiago Levín, presidente de la Asociación de Psiquiatras de América Latina). Página12, 18 Dez. 2014).
"En términos de salud mental pública, las realidades son bastante similares. Hay mucho retraso. Si uno mira con lupa, hay diferencias, hay países que se ocupan un poco mejor de la salud mental que otros, pero globalmente somos un continente con un déficit importante de la aplicación de políticas de salud mental en prevención y en tratamientos. En Latinoamérica y el Caribe la brecha sanitaria para el tratamiento de los trastornos mentales graves es muy alta; es decir, la proporción de personas con trastornos mentales que nunca recibe un diagnóstico o un tratamiento. En toda la región se necesita urgentemente la profundización de planes, el aumento de partidas presupuestarias y la aplicación de planes modernos de prevención y de tratamiento de trastornos mentales."
6.6.25
Sebastião Salgado e John Berger: "O Espectro da Esperança" (2001)
Há tempos procurava este vídeo e ontem à noite, após uma rememoração, o encontrei.Uma conversa imperdível entre o fotógrafo Sebastião e o crítico de arte e escritor John Berger.
Altamente recomentável!
31.5.25
Arno Gisinger & Georges Didi-Huberman. Compreender por meio da fotografia
Entrevista interessantíssima do filósofo, historiador da arte e professor Georges Dodo-Huberman ao também professor e artista francêa Arno Gisinger. Leitura altamente recomendável, igualmente recomendada pela professora Bruna Fontres Ferraz, do Programa de Pós-graduação em Estudos das Linguagens do CEFET-MG.
"Não me vejo como fotógrafo, ainda mais falando com você, que é um virtuoso e um artista dessa atividade técnica. Abordo a fotografia unicamente com as duas atitudes heurísticas do enquadramento e da montagem, o que é bem pouco diante dos aspectos formais da fotografia em geral: grão, luz, dimensão, orientação, escolha do suporte etc. A prática fotográfica, repito, para mim tem uma proximidade muito grande com essa produção intensa de fichas de escrita. Não bato uma foto com a intenção de fazer uma bela imagem a qualquer preço, mas para obter uma ficha associável a outras. Isso faz parte do que Foucault chamava de hypomnèmata, as ferramentas mnemônicas e heurísticas do pensamento."
"Levantes - Aparências ou aparições", outra entrevista também recomendável com o mesmo pensador.
4.5.25
Palabras latinoamericanas
Altamente recomendável a leitura dos artigos de Federico Guzmán Rubio, publicados neste dossiê Palabras latinoamericanas, da interessante revista semanal mexicana Letras libres.
Resumo brevíssimo do último artigo, Precariedad, publicado em
02 Mai. 2025:
13.3.25
"Tierra de empusas", Olga Tokarczuk
1.3.25
29.1.25
Marguerite Duras - Benoît Jacquot - Écrire / Schreiben
"Assise face à la caméra, dans sa maison de Neauphle-le-Château, Marguerite Duras s'entretient avec Benoît Jacquot sur son rapport à l'écriture, à la solitude, et à cette maison de la banlieue parisienne où elle écrivit ´Le vice-consul´ et ´Le ravissement de Lol V. Stein (1993)."
Entrevista com Jorge Alemán
" Con 19 años leí Las palabras y las cosas, de Foucault y los Escritos de Lacan. Después salí a la calle y vi todo escrito: la ciu...