Poema da despedida (Mia Couto)
"Não saberei nuncadizer adeusAfinal,só os mortos sabem morrerResta ainda tudo,só nós não podemos serTalvez o amor,neste tempo,seja ainda cedoNão é este sossegoque eu queria,este exílio de tudo,esta solidão de todosAgoranão resta de mimo que seja meue quando tentoo magro invento de um sonhotodo o inferno me vem à bocaNenhuma palavraalcança o mundo, eu seiAinda assim,escrevo."
Mia Couto, em "Raiz de orvalho e outros poemas". Lisboa: Editorial Caminho, 1999.
Fonte: Prosa e Poesia em Língua Portuguesa (grupo público)
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