Os pastores da noite (1964)
Posfácio de Zuenir Ventura
"O casamento de Martim e Marialva provoca rebuliço na cidade da Bahia. O menino Felício é batizado em uma igreja católica do Pelourinho, mas tem como padrinho uma divindade negra, o orixá Ogum. A ocupação do morro do Mata Gato obriga os moradores a enfrentar o proprietário inescrupuloso e a polícia.
Os pastores da noite é um romance formado por três episódios independentes, mas que guardam relação profunda entre si e personagens em comum.
Na primeira história, a notícia do enlace do cabo Martim com a bela Marialva espalha-se e atinge o estado vizinho, Sergipe. Mestre do jogo de cartas marcadas, o malandro provoca o ciúme da cafetina Tibéria. Marialva, por sua vez, desperta o interesse de outros homens, especialmente Curió, que se apaixona pela mulher do melhor amigo.
A segunda narrativa conta a história de um menino de olhos azuis, Felício, filho da alagoana Benedita e do negro Massu. Prestes a completar um ano, o bebê será batizado pelo pai em uma cerimônia religiosa marcada pelo sincretismo do rito católico com o candomblé.
O terceiro episódio relata a invasão do morro do Mata Gato. O dono do terreno consegue um mandado para expulsar a gente do local por meio da força. Negocia-se a desapropriação, e a medida agrada aos moradores. Mas a solução acaba revelando um jogo de interesses espúrios para beneficiar políticos.
As narrativas que compõem o livro caracterizam o universo da cidade de Salvador e do Recôncavo, onde os limites entre o convívio harmonioso e o conflito aberto são definidos diariamente. Em meio ao povo simples da Bahia, a solidariedade e a miscigenação são elementos que se refletem na amizade, no amor, na religião e no lugar onde se vive." (Fonte: jorgeamado.com.br)
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