Novas faculdades se instalam em shoppings.

Estarrecedora matéria publicada neste domingo no caderno Cotidiano do jornal Folha de São Paulo, lamentavelmente acessível pela web apenas para assinantes do portal UOL. Aqui estão pequenos trechos, suficientes para terem uma brevíssima noção do escândalo que conta com o apoio do Ministério da Educação do Brasil, de vez que esses show-rooms de ensino têm que receber autorização do MEC para atenderem aos seus clientes. Confesso que hoje, após ler esta reportagem, meu espírito foi ao fundo do poço. Não há mais razão para esperanças. O choque é enorme. Tive que criar uma nova seção nos marcadores deste blog, que leva o nome de (des)-educação. Por favor, ajudem-me a levantar-me destes escombros. "Daqui a duas semanas, o shopping Light, no centro de São Paulo, deixará de ser apenas um espaço de compras e de alimentação. No dia 15, no quarto andar, será inaugurada a mais nova unidade da Universidade Guarulhos. Os alunos serão acomodados em cinco salas de aula, ao lado de lojas de roupas e tênis e bem embaixo da praça de alimentação.Aos poucos, faculdades e universidades instaladas em shoppings deixam de ser novidade no Brasil. Só na região metropolitana do Rio, há pelo menos nove instituições assim. Na cidade de São Paulo, o movimento começou no ano passado. No segundo semestre, a UniSant'Anna abriu um campus no terreno do shopping Aricanduva, na zona leste. Meses antes, a Unicapital havia dado início às suas atividades no quinto andar do shopping Capital, no bairro da Mooca, também na zona leste". "Para a professora de sociologia da UnB (Universidade de Brasília) Fernanda Sobral, a faculdade de shopping tem um forte "efeito simbólico". "Num curso assim, parece que você está numa loja, comprando conhecimento, como se fosse uma mercadoria. Na educação, porém, você também tem de produzir conhecimento", diz ela, que faz parte, na UnB, do Núcleo de Estudos sobre o Ensino Superior".