"Os poetas, escritores e filósofos românticos da Europa Ocidental — gestados nas caldeiras mecânicas do final do século dezoito e início do século dezenove — estão entre os primeiros críticos da modernidade burguesa, a civilização criada pelo triunfo do capitalismo. O Romantismo — um “movimento cultural” que atravessa literatura, filosofia, artes, política, religião e história — foi caracterizado por uma nostalgia por um passado real ou imaginado e abrigava tanto correntes e pensadores revolucionários e conservadores".
"Segundo o sociólogo franco-brasileiro Michael Löwy, o Romantismo compartilhava em sua base uma crítica fundamental da ´quantificação da vida, ou seja, a dominação (quantitativa) total do valor de troca, do cálculo frio de preços e lucros e das leis do mercado sobre todo o tecido social´".
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"Com a quantificação da vida na civilização burguesa veio o ´declínio de todos os valores qualitativos — social, religioso, cultural ou estéticos — a dissolução de todos os vínculos humanos qualitativos, a morte da imaginação e do romance, a fastidiosa uniformização da vida, a relação puramente ´utilitária´ — isto é, quantitativamente calculável — dos humanos entre si e com a natureza´".
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“´Qualquer avaliação da qualidade da vida deve envolver uma análise da totalidade da experiência de vida, as múltiplas satisfações e privações, culturais e também materiais, das pessoas implicadas´. Quando Thompson realiza essa análise, quando examina a totalidade da experiência, quando olha para a Revolução Industrial e, nas palavras de Alberto Toscano retiradas de um outro contexto, ´a enxerga por completo´, ele não consegue escapar da perversidade do sofrimento e da feiura decorrentes."
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