Ainda que se apresente de gravata, seu paletó encontra-se visivelmente degastado e mal ajeitado no corpo contorcido, transpondo os limites da tela, característica comum aos trabalhos da pintora.
Seus olhos escuros são delimitados por contornos pretos, com espessas sobrancelhas em forma de acento circunflexo.
O modelo pintado encontra-se desajeitadamente na tela, que não o acomoda por inteiro, como se ali não o coubesse.
No seu espaço limitado, ele tem as duas mãos eliminadas pelo enquadramento.
Seu torso está inclinado para a sua direita, enquanto a cabeça reclina-se levemente para a esquerda.
Seus braços mostram-se arqueados. A postura de seu corpo deixa à vista sua tensão.
Ele se mostra oprimido.
A ansiedade do homem pode ser sentida através de sua expressão tensa e de seus olhos que perscrutam acima do ombro direito.
Seu rosto, voltado para a direita, deixa à vista apenas uma pequenina parte da orelha do mesmo lado.
As vestes do homem amarelo também revelam a sua apreensão.
Seu paletó está desalinhado, com a lapela direita quase roçando sua bochecha.
A gravata faz uma ligeira curva para a direita, sobre sua camisa branca manchada.
O quadro foi comprado por Mário de Andrade, conforme prometera à artista.
Ele disse: ´Estou impressionado com este quadro, que já é meu, mas um dia eu virei buscá-lo´.” (Interessante descrição do quadro O homem amarelo, 1916, de Anita Malfatti)
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